3 de jul. de 2008

Momento revolta-absolutamente-intensa.

SP diz que vai cortar salários de professores grevistas


Em nota, Secretaria disse que protesto não está preocupado com alunos.
Para a Apeoesp, medida mostra ‘desespero’ do governo do estado.

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo emitiu nota nesta quarta-feira (2) informando que pretende cortar os salários dos professores grevistas. Os docentes terão também desconto no pagamento de bônus e de gratificação, de acordo com o documento divulgado à imprensa. Outra medida anunciada é que, com a intenção de cobrir as faltas dos manifestantes, as escolas estão liberadas para convocar professores eventuais.

Segundo a pasta, menos de 2% dos professores das 5.537 escolas tem faltado às atividades, devido ao protesto que já dura 17 dias. Os cerca de 20 mil professores substitutos cadastrados na rede poderão ser chamados para trabalho. A Secretaria espera que a reposição de aulas seja pequena em julho.

Ainda no comunicado, a Secretaria afirma que “é totalmente contra uma greve corporativista organizada por um sindicato, a Apeoesp [Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo], que não tem pensando nos alunos, na melhoria da qualidade do ensino na rede estadual paulista.

Para a nova presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, o corte dos salários não deverá enfraquecer o protesto. “Já tivemos os salários zerados no protesto de 2000. A nossa assembléia vai mostrar se o tamanho do movimento”, disse.

De acordo com as estimativas da Apeoesp, 60% dos docentes aderiram à paralisação das atividades. “Para mim, quando o governo desqualifica um sindicato e uma categoria, é porque está em desespero. O governo mostra que não tem capacidade para gerenciar o estado. E a Secretaria da Educação está incomodada com as nossas denúncias de baixos salários e da falta de condições de trabalho e de aprendizagem”, afirma.

Aumento de salário
A Assembléia Legislativa de São Paulo aprovou na noite desta segunda-feira (30) aumento salarial de até 12,2% no salário-base dos servidores da educação. O salário-base do professor de 1ª a 4ª série, sem nível superior e em jornada de 40 horas semanais, passa de R$ 1.166,83 para R$ 1.309,17. Para professores com curso superior, o salário-base passará de R$ 1.350,75 para R$ 1.501,50.

O governo do estado, segundo a Secretaria da Educação, calcula gastar mais R$ 670 milhões por ano com este reajuste. O aumento corresponde a reajuste do piso salarial em 5% somado à incorporação da Gratificação do Trabalho Educacional.

A remuneração inicial dos professores, incluindo gratificações, chega a R$ 1.819,63. Os diretores passarão de salário-base R$ 1.490,26 para R$ 1.648,77 (10,5% de aumento). Os salários dos supervisores passarão de R$ 1.638,03 para R$ 1.803,93 (10%). Já para o quadro de apoio da escola o aumento será o seguinte: de R$ 634,53 para R$666,26 (agentes de serviço escolar); de R$ 665,48 para R$ 698,75 (agente de organização) e de R$ 882,14 para R$ 926,25 (secretário de escola).

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